Autoria: Hulda Rode
Você já teve um sonho que se realizou? Eu já! Ser escritora. Sempre quis escrever um livro, mas levei anos para descobrir isso dentro de mim. Os livros são escolhas que mudam nossas vidas: conquistam os leitores e também a gente mesmo. Costumo dizer nas minhas aulas que o livro não nasce na gráfica, ele é criado dentro de nós.
Quando percebi que ser escritora era o meu propósito de vida, isso aconteceu em 2017. Mas, na verdade, eu sempre soube. Olhando minhas fotos de infância e meu comportamento naquela época, já dava para perceber o caminho que eu iria seguir.
Meu escritório em Brasília virou um espaço cheio de sonhos. A cada dia, aparecem pessoas querendo saber: Como escrever? Como publicar? Quanto custa? Falar de sonhos e de dinheiro é complicado, porque o investimento pode ser alto e nem sempre traz retorno imediato. Mas investimos naquilo que não queremos esquecer.
Muita gente tem dificuldade em investir em um projeto de vida, esperando que alguém apareça do nada com uma solução mágica, dizendo: agora serei seu patrocinador. Não é assim que funciona no mundo editorial. Algumas pessoas até arriscam e conseguem apoio de investidores ou apoiadores. Outros preferem seguir uma estratégia de trabalho, posicionamento e buscar oportunidades de financiamento e vendas para alcançar seus objetivos.
No Brasil, o Dia Nacional do Escritor é comemorado em 25 de julho. Essa data foi escolhida para homenagear os escritores e a literatura brasileira, reconhecendo sua importância para nossa cultura e sociedade. E, para minha alegria, essa data também coincide com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, além do Dia Nacional de Tereza de Benguela.
Como líder de um movimento que incentiva as pessoas a contarem suas histórias, vejo essas datas como momentos especiais e cheios de significado para mim. Mas também são atos políticos, pois chamam atenção para algumas necessidades dos novos autores: acesso a recursos e ampliar oportunidades de financiamento e apoio financeiro a projetos culturais; acesso à leitura e aumentar a divulgação de livros em programas que valorizem novos escritores; acesso à educação, oferecendo mais vagas em pós-graduação, mestrado e doutorado voltados à Produção e Gestão Cultural; acesso à inovação, por meio de oportunidades inovadoras na área cultural e educacional; acesso ao mercado para divulgar mais oportunidades dentro do setor editorial para novos autores; e acesso ao empreendedorismo para desenvolver programas de formação focados em negócios criativos.
Produzir arte em suas diferentes formas é o que dá sentido à vida de muitos autores. Mas viver disso economicamente é um grande desafio. Talvez a chave para um crescimento sustentável seja incentivar uma cultura empreendedora no setor criativo.
Sim! Escrever livros é um bom negócio. Nós abrimos muitas páginas, escrevemos diversos capítulos, mas ainda enfrentamos dificuldades para acessar mercados e oportunidades. Para marcar essa data importante no nosso setor, a palavra-chave é acesso. É por meio dele que podemos crescer na carreira, não só para o presente, mas para a eternidade.
Nós, escritores, editores, desenvolvedores de talentos e agentes culturais, não cuidamos apenas do agora. Nosso papel é pensar no futuro e na eternidade. E a cada dia, novos autores estão escrevendo suas próprias histórias.

Hulda Rode é goiana, escritora, jornalista, fundadora da Escreva e idealizadora do Método Escreva a sua História: o caminho para escrever o seu primeiro livro, um treinamento que já formou mais de 1.500 novos autores. Informações: www.escrevaasuahistoria.com.br .