Colunista: Keli Rodrigues
Você já parou para pensar no impacto do estresse e da sobrecarga no dia a dia de quem trabalha? Pois bem, a nova atualização da NR-1, que cria regras complementares para a saúde do funcionário, fez isso por nós (parece que ninguém estava levando esse aspecto da saúde muito a sério, né?). A partir de maio de 2025, foi instituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego que todas as empresas que contratam via CLT terão que considerar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Em outras palavras: estresse excessivo, jornadas exaustivas, assédio e outros fatores que afetam a saúde mental dos colaboradores, agora, fazem parte da pauta obrigatória da segurança no trabalho.
E por que isso é tão importante?
Porque saúde mental não é frescura. E, agora, também não é mais opcional! Estudos vêm mostrando que transtornos mentais já estão entre as principais causas de afastamento no Brasil, e que empresas que não cuidam do bem-estar dos funcionários perdem produtividade, aumentam o turnover e ainda correm riscos trabalhistas. Afinal, quem consegue ser criativo e produtivo em um ambiente que só causa ansiedade e desgaste?
O que acontece se a empresa ignorar essa regra?
Bom, além de estar sujeita a multas e penalidades trabalhistas, a empresa corre o risco de gerar um ambiente tóxico e sofrer um efeito dominó: colaboradores desmotivados, mais erros, mais afastamentos e, no final das contas, um impacto financeiro gigante. Em um mercado cada vez mais competitivo, empresas que investem no bem-estar dos funcionários saem na frente.
Quem precisa se adequar?
Se a empresa possui funcionários CLT, precisa seguir a norma, independentemente do tamanho. Ou seja, desde pequenas startups até grandes corporações devem incluir medidas para prevenção contra riscos psicológicos no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Como a Psicologia pode (e deve) ajudar?
Ajustar-se a essa nova realidade não precisa ser complicado. Empresas podem investir em treinamentos de inteligência emocional, programas de suporte psicológico e práticas que promovam um ambiente de trabalho mais saudável. Isso não só ajuda a cumprir a NR-1, mas, também, melhora a produtividade e a retenção de talentos.
A mensagem é clara: saúde mental não é só um cuidado pessoal, mas uma estratégia empresarial. Empresas que valorizam o bem-estar dos colaboradores não apenas se adequam à lei, mas, também, criam um ambiente de trabalho mais inovador, engajado e sustentável.

Keli Rodrigues é neuropsicóloga, escritora, especialista em inteligência emocional, máster em PNL e ajuda empreendedores e líderes a equilibrarem saúde mental e alta performance. Criadora do método claraMENTE, que traz ferramentas para transformar a relação entre trabalho e bem-estar.