A iniciativa reúne grandes institutos do Distrito Federal para acelerar organizações da sociedade civil e ampliar sua capacidade de transformação local
Reportagem: Da Redação
O Distrito Federal conta com mais de 19 mil Organizações da Sociedade Civil (OSC). É o que mostra o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, plataforma desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As instituições atuam em diversas áreas como saúde, cultura, educação, assistência social, meio ambiente, desenvolvimento e defesa de direitos entre outros. Com o objetivo de fortalecer o terceiro setor da região, os Institutos Bancorbrás, Sabin, BRB e +Brasal lançam a nova edição do Programa de Aceleração de Impacto Social (PAIS). O projeto gratuito visa contribuir com a capacitação e a promoção do desenvolvimento sustentável e do protagonismo de organizações que atuam em causas sociais relevantes para a cidade.
O programa teve início em julho, com um evento de lançamento, e selecionou 40 OSCs que participarão de uma formação técnica com encontros online e presenciais, abordando temas como gestão, comunicação, captação de recursos e inovação. Após a capacitação, 10 instituições serão selecionadas para participar de um Demoday com investidores e receberão uma mentoria individualizada, suporte técnico e os três projetos melhor avaliados receberão aporte financeiro.
Este ano, o PAIS chegou com uma proposta ainda mais robusta de aceleração, visibilidade e investimento com foco no Distrito Federal. “Acreditamos no poder das Organizações da Sociedade Civil e queremos incentivá-las a se enxergarem como negócios, para ampliar o impacto na sociedade e buscarem sustentabilidade, por meio de diversas fontes de renda”, afirma Claudio Roberto Nogueira, diretor executivo do Instituto Bancorbrás. “O nosso objetivo é auxiliá-las na ampliação de seus conhecimentos para que dessa forma consigam impactar positivamente a comunidade em que estão localizadas”.

Para Gabriel Cardoso, gerente-executivo do Instituto Sabin, a parceria dos Institutos é fundamental para que o programa dê certo. “O trabalho colaborativo nos permite chegar ainda mais longe. Por isso apresentamos para as instituições as melhores formas para que elas consigam se modernizar e mudar o modelo de gestão e governança”.
A presidente do Instituto BRB, Karina Bruxel, destacou a importância da capacitação técnica para o fortalecimento das organizações sociais. Segundo ela, muitos recursos públicos e privados destinados ao impacto social acabam se perdendo por falta de preparo estrutural das OSCs. “No Instituto BRB, entendemos que a capacitação é a chave para mudar essa realidade. O PAIS nasceu justamente com esse propósito: fortalecer a gestão, a governança e a sustentabilidade das organizações, para que elas estejam prontas para acessar oportunidades e ampliar seu impacto”, afirmou Karina. E ressalta ainda que, nesta 8ª edição do programa, o Instituto segue confiante de que investir em conhecimento e estrutura potencializa transformações reais nas comunidades. “Estamos promovendo um Terceiro Setor mais forte, conectado e eficiente”, concluiu.
Segundo Rita Viana, presidente do Instituto +Brasal, “o PAIS concretiza o que todos nós acreditamos – na força da união e do conhecimento. Queremos dar sustentabilidade aos gestores do Terceiro Setor pois sabemos da capacidade transformadora desse nicho da sociedade”.
Balanço positivo
Ao longo de sete edições, o PAIS já beneficiou mais de 120 instituições de 19 estados diferentes, impactando positivamente mais de 130 mil pessoas indiretamente. Com as técnicas aprendidas, as organizações conseguiram captar mais de R$ 3 milhões para investir em seus projetos sociais e puderam reforçar o seu protagonismo.
Impacto social
Uma das organizações que está participando do programa de aceleração é o Instituto Alta Complexidade, com sede em Brasília, é uma entidade que trabalha na promoção do enfrentamento ao diagnóstico de doenças raras, crônicas ou negligenciadas. Fundado em 2015, o instituto tem se destacado por realizar audiências públicas, educação continuada, a produção de conteúdos exclusivos relacionados à saúde com foco na alta complexidade.

Os principais eixos de atuação são a educação continuada e a comunicação em saúde; acolhimento e suporte social; e o fortalecimento do diálogo com os setores público e privado e a participação da comunidade.
“Meu esposo José Léda, vive com o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica desde 2005, e há muitos anos dedicamos nosso tempo em auxiliar outras famílias que vivem com diagnóstico de doenças neuromusculares e outras doenças raras. Quando uma família interage com um outro grupo de família, essa troca de informações pode gerar conexões permanentes em vários aspectos, do técnico ao emocional porque há um ambiente favorável para essas conexões. Aprender a cuidar do paciente, entender quais são os cuidados que o seu familiar precisa ser importante principalmente em situações emergenciais, identificar os problemas que de fato são emergências e entender o que é básico na rotina de cuidado. O paciente é o centro e sua família permeia o cuidar, integrando as políticas”, expressa Sandra Mota, nutricionista e presidente do Instituto Alta Complexidade.
Todavia, no campo da gestão e expansão de uma organização social a capacitação permanente é essencial para continuar firme na liderança de uma OSC. A participação do Instituto Alta Complexidade dentro do PAIS é enriquecedora, e na avaliação de Sandra, esta qualificação potencializa a atuação no Terceiro Setor e facilita as conexões com outras organizações que atuam em diversas causas no Distrito Federal. “A participação no PAIS é uma excelente oportunidade de atualização sobre o cenário do Terceiro Setor, da gestão ao conhecimento sobre histórias de impacto. Vivemos no mundo digital e ampliar a atuação no cenário de saúde e políticas de saúde é um desafio que requer conhecimento técnico, ética e responsabilidade social”, comenta.
O PAIS já beneficiou mais de 120 instituições de 19 estados diferentes, impactando positivamente mais de 130 mil pessoas indiretamente. Com as técnicas aprendidas, as organizações conseguiram captar mais de R$ 3 milhões para investir em seus projetos sociais e puderam reforçar o seu protagonismo.
Programa de Aceleração de Impacto Social (PAIS)