Delegar: A competência estratégica dos líderes atuais

Muitos líderes ainda carregam responsabilidades que já não deveriam mais depender exclusivamente de suas mãos. Alguns expressam uma dor silenciosa, traduzida pelo medo de perder o controle, a autoridade, o espaço ou a relevância, em alguns casos, o receio de causar danos irreversíveis à empresa.
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Colunista: Cassiana Martins

Você já adiou atividades estratégicas por estar ocupado demais com tarefas operacionais? Saiba que não está sozinho. Estudos indicam que apenas 28% dos líderes se consideram eficazes ao delegar (Development Dimensions International – DDI, Global Leadership Forecast).

Muitos líderes ainda carregam responsabilidades que já não deveriam mais depender exclusivamente de suas mãos. Alguns expressam uma dor silenciosa, traduzida pelo medo de perder o controle, a autoridade, o espaço ou a relevância, em alguns casos, o receio de causar danos irreversíveis à empresa.

Não delegar cobra um preço alto: sobrecarga, retrabalho, desmotivação da equipe, aumento da rotatividade e risco de adoecimento. Tudo isso compromete o crescimento do líder, do negócio e dos colaboradores. O discurso costuma apontar a falta de tempo ou de pessoas preparadas, mas, na prática, o que geralmente falta é confiança, clareza, comunicação e método.

Delegar é mais do que uma ação operacional: é uma competência estratégica e complexa que combina habilidades comportamentais, cognitivas, sociais, emocionais e técnicas.

Uma delegação eficaz articula soft skills (habilidades comportamentais), como tomada de decisão, regulação emocional, comunicação assertiva, empatia, negociação e confiança; e hard skills (habilidades técnicas) como gestão de projetos, domínio técnico, uso de ferramentas, análise de dados, gestão do tempo e avaliação de desempenho.

Delegar, portanto, não é apenas um caminho para desenvolver os outros, mas também uma oportunidade concreta de fortalecer a performance e a inteligência de gestão do próprio líder, seja ao formar um braço direito, preparar um sucessor ou liberar espaço para sua ascensão na organização.

Ao delegar de forma estruturada, o líder amplia o repertório de sua equipe, aprimorando e desenvolvendo novos líderes, abrindo espaço para o que realmente importa e exercendo sua função de multiplicador ao desenvolver pessoas e preparar o terreno para o futuro. Este é um passo de uma consciência estratégica e urgente em tempos em que liderar não é mais sobre centralizar, mas sobre potencializar e impulsionar.

Recomeços silenciosos na liderança

Cassiana Martins

Gaúcha, psicóloga corporativa, diretora da Pono Treinamentos e Desenvolvimento Humano, escritora, palestrante internacional, certificada com selo ODS ILN, desenvolvendo lideranças no Brasil e no mundo. 

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